Um Mestre que Não pode ser Esquecido


Heidegger em Sua Cabana na Floresta Negra

Falar de Filosofia sem Heidegger é falar de uma sabedoria morta. Heidegger em toda sua trajetória de vida e filosofia, não apenas trilhou as vias do ser e seu sentido no mundo. O autor da floresta negra ampliou o horizonte desse saber e estar no mundo.

Além de densa, a história de sua vida é longa e rica. Nela, ele não apresenta somente a sua filosofia, mas suas paixões e dramas de todo um século marcado por divisores de águas sem precedentes.

Filosoficamente, o autor alemão de Marburg, explora as vias longínquas de Heráclito, Platão e Kant, como companheiros contemporâneos como se os escutasse e os transcrevesse numa intimidade maravilhosa, perpetrada através de suas metafísicas.

Na verdade, o pensar filosoficamente para Heidegger era se colocar constantemente na via do indagar, provocar, com-preender, jamais fechar, estagnar ou conter. Ele indagou em toda sua vida o lugar do ser. 

Oriundo de berço católico, filho de religiosos praticantes e fiéis a doutrina de Roma. Ainda assim, aceitou o desafio de devolver à vida, na modernidade, o mistério do Dasein (aí-Ser). A modernidade parecia obsoleta em relação ao ser-no-mundo. Era mais que uma paixão. Agora tornara-se uma missão. 

Desenvolveu a filosofia do Dasein de suas bases Escotianas e Husserlianas. Ampliou esse saber justificando que "existe sob um céu vazio e sob a força de um tempo que tudo devora, e que todo ser é dotado do talento de esboçar a própria vida".

Essa novidade filosófica interpela o indivíduo em sua liberdade e responsabilidade, e, leva a morte a sério, o que justifica um bem-viver que faça jus ao Eu histórico.

A questão do Ser em Heidegger que olha para o horizonte do Dasein, como se este fosse uma "âncora acionada para partir... Aliviado da densa jornada a mar aberto em rumo ao sentido do existir. Mas, a liberdade inspiradora do filósofo alemão não é passível de com-preensão sem angústia e coragem.

Para navegar em rumo a este horizonte do ser, uma espécie de "crispação" deverá ser desfeita para que este indivíduo alcance a liberdade. Crispação essa que contraria a opniões e políticas. 

Para tal, mergulhou ainda na mística Eckhartiana e tornou-se mestre de sua própria filosofia. Esse gênio do bem e do mal foi quem nos inspirou essa nova série filosófica: "As Vias do Ser do Dasein", que dividirei com vocês, depois de quase dois anos sem escrever nesse Blogger.

Filosofia não e só teoria. É experimento. Experienciar o Ser. É nesse refúgio na minha floresta na América que hoje início essa trajetória. Um imenso mar a explorar. Águas densa e turbulentas, mas que refrigeram a alma e o Ser, e nessa imanência, faz sentido seguir.

Nessas trilhas, nesse percorrer, fica o convite. 



                                                                                                                        ©Christianne Sturzeneker

Comentários

  1. E interessante como ver que a natureza sempre inspirou os maiores Filósofos. Ele era realmente diferenciado para o seu tempo. E que tempo para se encontrar principalmente durante uma tempestade que o mundo passava….Muito boa reflexão Chris..

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    1. Sim, a natureza é esse lugar de inspiração e acolher do ser. Lugar de Existir e Com-preender o sentido da vida. Bom ter você por aqui. Obrigada por comentar!

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