DOCE VALOR DA AMIZADE



Nos últimos anos, fontes de pesquisas psicológicas têm demonstrado a partir de estudos precisos, a importância da Amizade. 
Sabe-se que esta interfere de modo direto e indireto na vida do indivíduo e na formação de sua personalidade.
A Bíblia se preocupa em narra esta afirmativa tanto no antigo e novo testamento. Salomão, o maior sábio de sua época registrou em seus escritos:

 Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro.  Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável.  Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão. Quem teme ao Senhor tem amigos verdadeiros, pois tal e qual ele é, assim será o seu amigo.
( Ec. 6-14-17)

Outros sábios posteriores também se preocuparam em deixar registros acerca deste tema. Aristóteles é um bom exemplo em sua Obra : “Ética a Nicômaco”, encontrada nos  livros VIII e IX:

“Com efeito”, afirma o filósofo, “ninguém escolheria viver sem amigos, ainda que dispusesse de todos os outros bens, e até mesmo pensamos que os ricos, os que ocupam altos cargos, e os que detêm o poder são os que mais precisam de amigos; de fato, de que serviria tanta prosperidade sem a oportunidade de fazer o bem, se este se manifesta sobretudo e em sua mais louvável forma em relação aos amigos?”

Esta narrativa se faz necessária, pois este tratado de ética se aplica às virtudes, e amizade é então considerada uma virtude essencial à vida.
Segundo este discípulo de Platão, amizades podem ser classificadas em três tipos distintos. Essas espécies de amizade fazem referência às qualidades que as fundamentam. Elas são:
 1) a amizade segundo o prazer,
 2) a amizade segundo a utilidade,
 3) a amizade segundo a virtude, ou a amizade perfeita.
Aqueles que fundamentam sua amizade sobre o prazer o fazem por causa daquilo que é agradável em um para o outro. Pessoas espirituosas, por exemplo, têm muitas amizades não por causa do seu caráter, mas sim devido ao prazer que podem proporcionar umas às outras. 

A amizade segundo a utilidade é estabelecida pelo bem que uma pessoa pode receber da outra. Mais uma vez, as pessoas envolvidas neste tipo de relação não se amam por causa do seu caráter, mas sim devido a uma utilidade recíproca.

Já a amizade segundo a virtude só pode se estabelecer entre os homens que são “bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um ao outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos.”. Como estes homens são raros, amizades assim também são raras. Tanto a amizade segundo o prazer quanto a amizade segundo a utilidade são geralmente efêmeras, passageiras, se desfazendo facilmente. Isso ocorre quase sempre se uma das partes não permanece como era no início da amizade, isso é, se deixa de ser útil ou agradável. Por essa razão, “quando desaparece o motivo da amizade, esta se desfaz, pois existia apenas como um meio para se chegar a um fim.”. 

Deparamos-nos com este tipo de amizade em quase todos os períodos de nossa vida. Ao nos lembrarmos das relações que mantínhamos na escola, por exemplo, podemos identificar facilmente quantas e quais não foram às amizades que estabelecemos segundo o prazer. As chamadas pessoas espirituosas, isso é, aquelas pessoas chistosas, cheias de vivacidade e de graça, mantêm quase sempre um amplo círculo de amizade. Mas isso não se deve ao que são em si mesmas, e nem por causa do seu caráter, mas apenas por causa do prazer que podem proporcionar aos outros.

As amizades segundo a utilidade são também de natureza semelhante. Podemos identificá-la, por exemplo, nas relações de trabalho entre os funcionários de um escritório. Ou então quando temos uma equipe ou um grupo que luta por um objetivo ou por um bem comum. Essas pessoas, neste caso, não se amam e não desejam a companhia umas das outras por si mesmas, mas mantêm uma relação de amizade porque isso resultará em um bem para si próprio.

Mas a amizade segundo a virtude, ou a amizade perfeita, como a chama Aristóteles, é perfeita “tanto no que se refere à duração quanto a todos os outros aspectos, e nela cada um recebe do outro, em todos os sentidos, o mesmo que dá, ou algo de semelhante.”. 

Neste tipo de amizade, as pessoas querem o bem uma da outra. Esses homens que são assim amigos buscam verdadeiramente o bem do seu semelhante, e isso pelo simples fato de serem bons. Eles “serão amigos por si mesmos, isto é, por causa de sua bondade.”. 

Os homens maus têm amizades apenas segundo o prazer ou a utilidade, nunca podendo ter uma relação virtuosa, ou uma amizade perfeita. No entanto, os homens bons, por sua vez, podem estabelecer relações segundo o prazer ou a utilidade, assim como os maus. Mas apenas os bons podem estabelecer uma amizade segundo a virtude. Neste sentido, fica clara a correspondência entre ética e amizade.

Jesus de Nazaré se preocupou com o contexto da amizade VERDADEIRA - UMA AMIZADE INCONDICIONAL - SEM INTERESSES. Ele diz em João 15: 14 e 15:

“Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor.  Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.”

D’us quando chama a Abrão, também faz uma aliança de amizade em II Cro:20:7.

A amizade com virtude é dom de D’us.

Ter um amigo é achar um tesouro, ser um amigo é explorar a beleza da grandeza do coração do criador!
Finalizo com meu manual perfeito de sabedoria:

 “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão. (Pv.17:17)  
A Bíblia!

A quem me ensinou o verdadeiro valor da amizade: Renata Cristina 
E a todos aqueles que me permitem transmitir esta virtude!



Fonte de Pesquisas: Revista Psicanálise - ed. do Porto - PT; Site Perfeição- Glauber Atayde; Bíblia Versão Jerusalém.


Christianne Thomes Viana©
Todos os Direitos Reservados

Comentários

Postar um comentário

Oi, este espaço é pra quem gosta de pensar, do existir e do abrir-se ao saber. Se você é assim, seja bem vindo(a)!

Postagens mais visitadas