Religião como Forma Primitiva de Expressão Humana – Cristianismo e algumas de suas Seitas
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Figura 1 - Caverna de Chauvet -
Religião Rupestre
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Na intenção de demonstrar em nosso sucinto espaço, alguns aspectos da história das religiões que ocupam interesse e a devoção dos seres humanos, tentamos captar o que consideramos “paraíso das religiões” do velho mundo, onde encontram espaço para se perpetuarem.
As grandes religiões do mundo estão lado a lado com de grupos e seitas menores. A razão disso é bem simples de ser compreendida. Muitos dos rituais presentes nessas formas de religiosidades advieram de religiões do velho mundo. Cristianismo, Judaísmo, Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Taoísmo e outras, tem gerado formas derivadas de seus contextos e dogmas.
Existem muitos grupos religiosos e seitas nas Américas. Mas em particular, nos interessa nesse primeiro instante, algumas seitas oriundas do cristianismo na contemporaneidade.
Vale ressaltar, que por ser tratar de um artigo de exegese cristã, são caracterizadas seitas ou heresias as crenças e afirmações religiosas que não estão de acordo com os princípios cristãos em relação aos seus dogmas.
Muitos grupos sincretizaram as tradições cristãs. Desde a formação da Igreja já haviam posicionamentos radicais e diferenciados entre os patriarcas da Igreja Primitiva. Acredito que a diversidade humana e o atravessamento da cultura tenham sido preponderantes para esse sincretismo.
Não se pretende neste espaço o lugar da verdade absoluta, muito menos de contrariar, outras formas de se crer e se comportar em relação a uma determinada religião. Apenas para fins de informação, citaremos algumas destas expressões de fé.
A partir contextualização panorâmica da tradição Judaico-Cristã, percebemos a derivação dos ensinamentos dessas duas vertentes do cristianismo primitivo, representada nos seguintes grupos religiosos: Facções Trinitarianas (crença na trindade), Não Trinitarianas (negam a trindade), Ocultistas e Gnósticas[1].
Afresco de Raimond Gravell |
Os grupos mais significativos das facções Trinitarianas são:
- Comunidade Universal das Igrejas Metropolitanas (FUICM)
- Fundação Cristã Álamo
- Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
- Penitentes – Irmandade do Nosso Pai Jesus.
- AssociaçãoUniversalista Unitariano
- Branhamismo
- Cristadelfianismo
- Família do Amo
- Igreja da Unificação
- Igreja do Entendimento Bíblico
- Igreja Mundial de Deus
- O Caminho Internaciona
- Pentecostalismo Unicista
- Templo do Povo.
Os grupos de Tradição Ocultista, destacamos:
- Igreja da Palavra Viva
- Meninos de D’us
- Mormonismo (SUD)
- Santeria
- Sociedade de Urantia.
Derivados desses temos ainda sub-grupo:
- Arica, Bruxaria
- Fonte de Vida, Igreja Internacional da sabedoria Eterna
- Jamilianos
- Mestres Ascensos “Eu Sou”
- Novo Pensamento
- Fórum (STE)
- Satanismo
- Sociedade Etérea
- Sociedade Antroposófica.
Essas reuniões de doutrinas e ensinamentos, permeiam no cristianismo há séculos, e cooperou para a desestabilização dos dogmas e tradições dos patriarcas. Com isso, ficou demasiadamente dificultosa a compreensão contemporânea acerca do que de fato foi proposto em Atos, no início da formação cristã como Eclésia.
Por conta disso, percebemos que muitos tem se aproveitado desta falta de conhecimento das Escrituras, e por conta de seus sentidos e volição, e, auto afirmado em suas razões, práticas que jamais seriam aceitas pela Igreja Primitiva.
Sem contar, no que se diz a Figura de Cristo, inúmeros são os posicionamentos e dogmas. Logo, seria inevitável o sincretismo, mas definir esta ou aquela verdade como fonte de tradição, seria presunção.
Pretendemos que nossos leitores se apercebam, que nem todos os que se dizem cristãos, de fato o são; e os que buscam o cristianismo como fonte de lucro, não podem ser reconhecidos como verdadeiros reprecursores da fé dos apóstolos.
Cabe a cada um dos aspirantes à fé cristã, e ainda ao ateísmo, compreender essas diferenças, para que não sejam categorizadas as igrejas fiéis aos dogmas, como semelhantes as que negam ou inferem a heresia em seus ensinamentos:
“Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo (v.8) [...]
"Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne (V.23).
Nos versos 16 a 22, ele completa:
“Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo. Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa. Trata-se de alguém que não está unido à Cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus. Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: Não manuseie! Não prove! Não toque! Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos”.
Com este fim, pretendemos colaborar com nossos leitores para uma melhor abertura e compreensão dessa diversidade religiosa. Cabe ao verdadeiro cristão a apologia da sua fé, baseado em seus códigos e leis que regem a sua apologética.
Assim como o muçulmano faz jus ao Corão, o Taoísmo ao Tao, o Budismo o Bhagavad Gità; o cristão tem suas Escrituras. Todas têm seus pontos convergentes e divergentes com a subjetividade e intenções pessoais.
Não há espaço para sua sociedade fundamentalista e reducionista no tocante á paz. Com isso um ponto de equilíbrio e respeito mútuo, e ainda bom senso, poderão cooperar para uma sociedade mais respeitosa e menos arbitrária e preconceituosa.
Se cada um for capaz de compreender que o objetivo primordial das religiões é a expressão da espiritualidade em suas mais diversas formas, o radicalismo perde efeito, e será possível crer, ou negar, de acordo com a concepção de cada um. Contudo, vale ressaltar, que as derivações das seitas, provieram por fiéis que desejaram mudar o que não concordavam.
Com o conhecimento, o erro diminui. Crescemos e semeamos novas formas de saber. Não necessariamente me pontuando acerca de minha razão, esteja eu certa. A percepção de cada um lhe dará as nuances para se traçar um caminho.
Como Teóloga e apologista da fé Cristã, convido a todos a compreender que o Reino de D’us não é material, e a diversidade é possível sim a partir da espiritualidade. Não preciso anular algo ou criar dissenções para pontuar certa razão. Respeitando a cada um, daremos tempo para que seja feita uma escolha, e sinceramente, penso que seja pela paz.
Com carinho, da amiga de sempre.
Chris Viana
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[1] - Dados Mathers & Nicols – Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo – ED. Vida – Apêndice 4. Ano 2000.
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