Cibernética da vida O que podemos frutificar?
“Algumas pessoas
estão muito acostumadas, inclusive com situações muito ruins. Elas parecem
sentir medo e desistem. Quando elas desistem, todos perdem!”
[...]
[...]
Algumas pessoas, incluindo eu!
Foi o medo, não do fracasso, mas da vaidade, que me levou a tomar um rumo diferente dos que eu estava acostumada.
Vou te contar!
Foi o medo, não do fracasso, mas da vaidade, que me levou a tomar um rumo diferente dos que eu estava acostumada.
Vou te contar!
Há
três anos eu chamei meus familiares e meu ministério e anunciei minha renúncia.
Após mais de 15 anos dedicando corpo e alma ao servir ao próximo eu desisti. O
preço que paguei foi perder meus filhos, um creditado grande amor e a alegria
de saber que eu podia sim atravessar vidas e auxiliá-las no processo de mudanças.
Mas o que aconteceu?
O que me levou a estar do outro lado? A deixar de estar no lugar dos vencedores e partir para o fracasso?
O que me levou a estar do outro lado? A deixar de estar no lugar dos vencedores e partir para o fracasso?
Não
é realmente fácil de entender. Mas para todo plano há uma estratégia, e para
toda aprendizagem, uma aposta prática. Eu precisava sair da teoria. Precisava pôr
em prática algo ainda mais amplo - algo quântico. Para isso o preço da morte
seria a moeda palpável.
Enquanto assitia a uma produção hollywoodiana, eu me deparei com um trecho do filme “A
corrente do bem”, onde a saga mostra a inter-relação sistêmica entre suas
personagens, que parecem fugir da trama e me cercar a realidade.
Para o menino protagonista, interpretado por Haley Joel Osment - o Trevor - garoto caracterizado como exigente e desafiador; mas que se torna ao longo da trama, o real sacrifício para a corrente ser perpetuada para além de sua imaginação utópica, enigmática e transcendental. Ao mesmo tempo em que a emoção tomava conta, levava-me a refletir na assertiva: “O mundo é uma bosta”; eu pensava, como posso mudar isso?
Para o menino protagonista, interpretado por Haley Joel Osment - o Trevor - garoto caracterizado como exigente e desafiador; mas que se torna ao longo da trama, o real sacrifício para a corrente ser perpetuada para além de sua imaginação utópica, enigmática e transcendental. Ao mesmo tempo em que a emoção tomava conta, levava-me a refletir na assertiva: “O mundo é uma bosta”; eu pensava, como posso mudar isso?
Tal
qual Trevor, sempre fui considerada desafiadora. Uma questionadora
desse mundo. Ainda assim, me dispus a fazer alguma coisa e não me atrofiar no
pronto e dito: normal. Sempre me angustiei em saber que tem um mundo lá fora
que nem sabe que eu existo, mas que em seus cíclicos dramas, permite o atrofiar
das multidões.
Quantas vezes me angustiei me perguntando o que há além de nós? O que espera por nós além da dimensão que habito? Eu percebi que no reino das possibilidades existe “o onde”, “o porquê” e “o aqui”. Logo, eu preciso de possibilidades. Eu preciso criar essas possibilidades, mesmo que meu pano de fundo seja a pobreza, a procrastinação, a família disfuncional, o boicote existencial.
Eu queria sim, fazer alguém se reafirmar, começando comigo mesma, mas que fosse para além de um sistema pronto, regulador, de um grande jogo de interesses de elites dominadoras. Daí, percebi que tudo era um horror como um grande cemitério maldito de almas perdidas no além.
Quantas vezes me angustiei me perguntando o que há além de nós? O que espera por nós além da dimensão que habito? Eu percebi que no reino das possibilidades existe “o onde”, “o porquê” e “o aqui”. Logo, eu preciso de possibilidades. Eu preciso criar essas possibilidades, mesmo que meu pano de fundo seja a pobreza, a procrastinação, a família disfuncional, o boicote existencial.
Eu queria sim, fazer alguém se reafirmar, começando comigo mesma, mas que fosse para além de um sistema pronto, regulador, de um grande jogo de interesses de elites dominadoras. Daí, percebi que tudo era um horror como um grande cemitério maldito de almas perdidas no além.
Percebi, que o mundo perdido estava dentro de mim, e eu não o salvaria se eu não saísse de mim mesma. Eu não ligava mais para o que viessem a dizer. Eu queria realmente ver se poderia mudar meu mundo. Perto de um suicídio, pedi às letras que me salvassem e me dessem a chance de recomeçar.
Foi aí que percebi que eu não havia desistido deles, eles quem haviam desistido de mim, e era esse o preço que eu pagaria por lhes frustrar a ideia da subserviência.
A liberdade de nos percebermos e nos libertarmos do egoísmo, da vaidade e dos interesses materiais, era o peso que eu lhe impregnava a alma, que ardia por ter e ser, enquanto eu desejava transcender. Hoje percebo que a insustentável leveza do ser, se dar por romper essas exigências materiais. Abrir mão de nossos conceitos e justificativas, é pesado.
A liberdade é uma insustentável leveza, porque me habituei a carregar o peso, a ver a cortina fechada e a fachada retocada junto a cratera de traumas que me cercam por toda uma vida. Mas como tudo que está oculto se revela na luz, faço desse edifício em ruínas, uma chance de o novo vir.
Sei que as palavras eternizam a ilusão do tempo, e o que não posso perpetuar em existência, estas o farão por mim.
Todos os sorrisos, cada lágrima, cada abraço, cada palavra amiga que dei a um mendigo, a um lunático, a um idoso, cada gesto que brinquei com uma criança, cada sermão a um perverso, cada ira em um tatame. Um obrigado ofuscado outro recheado de gratidão. Tudo isso foi imortalizado. Talvez não continuado, mas guardado em algum lugar. Não posso voltar ao tempo e dar continuidade ...
A
semente não é semente por toda vida... Seus processos a permitem gerar outras
novas sementes, mas a pequenina morte daquela que outrora virou uma arvore,
precisou fenecer, para que outras árvores pudessem florescer.
A vida é cíclica, contínua, reciclável e eterna em suas fases. Logo, os dejetos são adubos. A bosta da vida, pode nutrir outras vidas, e a semente do bem, gerar frutos do bem.
A vida é uma bosta, porque usa este método da autodestruição. Queremos perpetuar, atrofiar.
A vida é cíclica, contínua, reciclável e eterna em suas fases. Logo, os dejetos são adubos. A bosta da vida, pode nutrir outras vidas, e a semente do bem, gerar frutos do bem.
Eu
posso ter parado lá atrás. Mas o passado e presente se mesclam nas memórias.
Enquanto essas forem possíveis o tempo será relativo e possível a continuidade
reciclada, melhorada e multiplicada. Pois quem eu fui, continuarei a sê-lo de forma
totalmente diferente, e o que vier- a- ser, será apenas reflexo do que já é, e
resultado do que já se foi.
O
Aqui e o agora, o amanhã e o ontem na eterna ilusão do que eu faço no presente,
me permitem a única verdade possível: sou livre, sou leve e posso!
Mas esse corpo cruel contende absolutamente com essa verdade, levando toda a possibilidade deste real se apresentar. Somente quando transcendo para além desta matéria, a ilusão cessa e o alívio é possível.
Assim estendo minha mão, a você que a mim deu, ou a soltou, e juntos novamente início o que já o foste, e na esperança que nossos olhos se descortinem, eu insisto. Retorno a minha família, meu ministério é o mundo e o universo se internaliza em minhas memórias, as palavras nossa corrente e a esperança, nossa promessa.
Mas esse corpo cruel contende absolutamente com essa verdade, levando toda a possibilidade deste real se apresentar. Somente quando transcendo para além desta matéria, a ilusão cessa e o alívio é possível.
Assim estendo minha mão, a você que a mim deu, ou a soltou, e juntos novamente início o que já o foste, e na esperança que nossos olhos se descortinem, eu insisto. Retorno a minha família, meu ministério é o mundo e o universo se internaliza em minhas memórias, as palavras nossa corrente e a esperança, nossa promessa.
Hoje
algumas sementes já são árvores e produzem outras. Algumas secaram, caíram em
pedras, abrolhos e espinhos. As que frutificam, sei que farão em cento por um.
Mas nesta cibernética eu concluo: é possível sim, fazer o bem, sem olhar a
quem, e transcender na beleza da existência, que é para além de meros humanos,
fatigados debaixo do sol, sem esperanças.
O universo sempre conspirará a favor daqueles que o convém. A vida, a existência, a eternidade e o despertar, vem deste olhar: não sou apenas mais um, mas de um em um, faço grande diferença, por isso meu exemplo não foi em vão e o mérito será de todos.
O universo sempre conspirará a favor daqueles que o convém. A vida, a existência, a eternidade e o despertar, vem deste olhar: não sou apenas mais um, mas de um em um, faço grande diferença, por isso meu exemplo não foi em vão e o mérito será de todos.
Chris Viana
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