ANTROPOLOGIA CULTURAL IV - GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS DO CONGO

A região sócio-cultural  Congo em Angola é composta pelas províncias político-administrativas de Cabinda, Zaire, Uíge e uma parte do norte da província do Bengo.

O grupo etnolinguístico Congo tem 7 milhões de falantes e como língua o kikongo também é falado fora das nossas fronteiras. O kikongo é falado no extremo sudoeste da República do Congo-Brazzaville, no sudoeste da República democrática do Congo e no Gabão, mas o nosso estudo baseia-se só nos Bakongo de Angola, que têm como línguas vizinhas o Kimbundu a sul e sudeste e o cokwe a leste:

«O país Congo corresponde grosso modo ao território do antigo reino do Congo e constitui uma região de planícies e colinas, onde a agricultura, adaptada à alternância de uma estação de chuva (Setembro-Abril) e uma estação seca (Maio-Agosto), é dominada pela cultura de mandioca e de jinguba» (Ndonga Mfuwa, 2002:149).

Essencialmente agricultores, os Bakongo são muito dinâmicos e conservadores, trabalham arduamente a procura do alto sustento. Respeitando a sua tradição, fazem tudo para mantê-la viva, apesar da globalização que aos poucos nos vai afetando:

«A sua capital de Mbanza Kongo, é ainda hoje o alto lugar simbólico de todos os bakongo. A língua que era utilizada (kisikongo) foi uma das primeiras línguas africanas ao sul do Saara a conhecer não só a escrita, como também a gramatização graças à transferência tecnológica do alfabeto latino no sec. XVI». (Ndonga Mfuwa, 2002:151). ( Fonte: http://mwelokyeto.com)

Tratarei de especificar aqui neste espaço, as subdivisões, de acordo com o Museu de Antropologia de Luanda - Angola - AF, onde estivemos para nossa pesquisa de Campo em 25/07/2013.

GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS - 04 GRUPOS

1) ETNIA BANTU -  Kikongo, Kumbundu, Umbundu, Côkwe(Thôcue), Akwia Ngangela, Nyaneka Humbi, Helelo, Ovambo.

2) VATWA - Kwisi e Kwep

3) ! KUNG 

4) DESCENDÊNCIA ESTRANGEIRA ( MESTIÇOS)

Côkwe

OVAMBO - EM VESTES RITUAIS

Helelo

CURIOSIDADE SOBRE OS BAKONGOS:

_ Entre os Bakongos, Ovimbundu, Côkwe's e os Akwakgangela a construção de mácaras são intensas, sobretudo aquelas ligadas às cerimônias de iniciação masculina e entrega de 

chefes tradicionais e Coreografia.

AS MÁSCARAS

- Cikunza

- Ndemba

- Cicungu

- Bakamas

- Indwngas

Todas essas tem o significado de "Intermediárias do Mundo dos Antepassados" e existe crença e culto em torno delas. Eis aqui algumas delas:

Máscara Bakamas                                                                        

  
  

                                  

          Máscara Ndemba     

















Máscara Cykunza    

* Em todas as áreas sócio-culturais de Angola pessoas creem em uma Entidade que recebe o nome de:

-  Nzambi (Zambí - Kikomgo, Kumbundu e Côkwe);

-  Kalunga - (Ngangela, Ambó, Helelo, Axindonga); 

-  Suku - (Ovimbundu e Kyaneka Humbi)

- !Kung - Ela é conhecida como !Nii ou Hishe, que significa "céu" na línguas Kalahari. A inacessibilidade a essa entidade é ultrapassada através dos antepassados evocados em todas as circunstâncias e considerados como intermediários divinos entre essa e os viventes que os veneram com cultos, preces e outras cerimônias rituais. Em torno dessas crenças religiosas, criam-se artefatos e outros objetos de adivinhação, e evocação aos espíritos dos antepassados de cura, de fertilidade, de proteção a "Gêmeos" e "crianças sagradas" (albinos, deficientes, etc.) - bem como imagem que representamos deuses da sabedoria, da arte, da proteção comunitária, e outros. Sincretiza, Yemajá, Aparecida, Kali, e outras deusas da antiguidade tais como Vênus, Astatè e Afrodite.                                                 

            
    Nzimba

                                                  !Kung

 Nzimba                                                                                                                                                                                                                                                                       SUKU

                

                   Deusa !Nii                               

Christianne Thomes Viana©

Todos os Direitos Reservados